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Projeto Lixo Seletivo - PET (polietileno tereftalato)

A reciclagem das embalagens PET (polietileno tereftalato) , como as garrafas de refrigerantes descartáveis, está em franca ascensão no Brasil. O material, que é um poliéster termoplástico, tem como características a leveza, a resistência e a transparência, ideais para satisfazer a demanda do consumo doméstico de refrigerantes e de outros produtos, como artigos de limpeza e comestíveis em geral. 

A evolução do mercado e os avanços tecnológicos têm impulsionado novas aplicações para o PET reciclado das cordas e fios de costura aos carpetes, bandejas de frutas e até mesmo novas garrafas. Sua reciclagem, além de desviar lixo plástico dos aterros utiliza apenas 30% da energia necessária para a produção da resina virgem, e tem a vantagem de poder ser reciclado várias vezes sem prejudicar a qualidade do produto final. 

No Rio de Janeiro, as garrafas PET correspondem em média 1,4% em peso do lixo urbano, Na coleta seletiva o PET representa em média 2,3% do peso dos reciclados separados. 

Após a seleção, separação e pré-processamento do material, a reciclagem pode ocorrer de três formas: 

    Na reciclagem primária, a sucata limpa é triturada em pedaços uniformes, retornando à produção de resina na própria unidade, 

    Na chamada reciclagem secundária, o PET é reprocessado mecanicamente em equipamentos que recuperam o poliéster para a fabricação de fibras, lâminas ou embalagens, e 

    Na reciclagem terciária, que consiste na reversão química do processo que formou o polímero de PET , possibilitando o retorno às matérias-primas originais, usadas novamente para a fabricação do mesmo produto.

Outra forma de aproveitamento é a incineração em unidades termelétricas que recuperam parcialmente a energia contida no material. 

O Brasil produziu 175 mil toneladas de plástico PET em 1998. A demanda mundial é de cerca de 2,2 milhões de toneladas por ano, com previsão de dobrar nos próximos cinco anos. 

Atualmente, o maior mercado para o PET pós consumo no Brasil é a produção de fibras para a fabricação de cordas (multifilamentos), fios de costura (monofilamentos) e cerdas de vassouras e escovas. Outra parte é destinada a moldagem de autopeças, lâminas para termo-formadores e formadores à vácuo (manequins plásticos), garrafas de detergentes, mantas não-tecidas , carpetes e enchimentos de travesseiros. É impossível reprocessar o polímero para a retirada de resinas alquímicas usadas na produção de tintas. 

O mercado mundial de embalagens PET produzidas com material reciclado está em expansão. Os exemplos são as garrafas de bebidas em multi-camadas e as remoldadas a partir de flocos limpos de PET, além das bandejas de frutas, (lâminas de duas ou três camadas moldadas) e dos suportes para embalagens de biscoitos. 

Nos EUA e Europa , os consumidores podem comprar refrigerantes envasados em PET contendo 25% de material reciclado. Essa aplicação deverá crescer com o avanço da reciclagem química deste material - tipo de plástico que pode ser despolimerizado, ou seja, pode ter a sua condensação revertida, recuperando os polímeros básicos que lhe deram origem. 

Vinte e um por cento (21%) da resina PET produzida no Brasil foi reciclada em 1998. As garrafas recicladas provêm de coleta através de catadores, além de fábricas e da coleta seletiva operada por municípios. 

Os programas oficiais de coleta seletiva, que existem em mais de 80 cidades do país, recuperam por volta de 1.500 toneladas por ano. Além de garrafas descartáveis, existem no mercado nacional 70 milhões de garrafas de refrigerantes retornáveis , produzidas com este material. Nos EUA, a taxa de reciclagem em 1998 foi de 37% de todas as embalagens PET. 

O PET foi desenvolvido em 1941 pelos químicos ingleses Winfield e Dickson . Mas as garrafas produzidas com este polímero só começaram a ser fabricadas na década de 70, após cuidadosa revisão dos aspectos de segurança e meio ambiente.

No começo dos anos 80, EUA e Canadá iniciaram a coleta dessas garrafas, reciclando-as inicialmente para fazer enchimento de almofadas Com a melhoria da qualidade do PET reciclado, surgiram aplicações importantes, com tecidos , lâminas e garrafas para produtos não alimentícios.

Mais tarde na década de 90, o governo americano autorizou o uso destes material reciclado em embalagens de alimentos.

Os principais contaminantes do PET reciclado de garrafas de refrigerantes são os adesivos (cola) usados como rótulo e ("base cup"). A maioria dos processos de lavagens não impede que traços destes produtos indesejáveis permaneçam no floco de PET. A cola age como catalisador de degradação hidrolítica quando o material é submetido à alta temperatura no processo de extrusão, além de escurecer e endurecer o reciclado. O mesmo pode ocorrer com o cloreto de polivinila (PVC), que compõe outros tipos de garrafas e não pode misturar-se com a sucata de PET. O alumínio existente em algumas tampas só e tolerado com teor de até 50 partes por milhão no reciclado.

A seleção e pré-processamento da sucata é muito importante para a garantia de qualidade do reciclado. A seleção pode ser feita pelo símbolo que identifica o material ou pela cor (cristal, âmbar, ou verde). A separação pode seguir processos manuais ou mecânicos, como sensores óticos. No pré- processamento, após a prensagem, é preciso retirar os contaminantes, separando-os por diferença de densidade em fluxo de água ou ar. Além do rótulo (polietileno de alta densidade), devem ser retirados da sucata os resíduos de refrigerantes e demais detritos, por meio de processos de lavagem.

 

É importante saber que...

- No caso do PET de 2 litros, a relação entre o peso da garrafa (cerca de 54g) e o conteúdo é uma das mais favoráveis entre os descartáveis. Na retornável, a reutilização da garrafa para refrigerante proporciona uma redução de geração de resíduos.

- O material não pode ser transformado em adubo.

- O PET é altamente combustível, com valor de cerca de 20.000 BTUs/quilo, e libera gases residuais como monóxido e dióxido de carbono, acetaldeído, benzoato de vinila e ácido benzóico.

- É de difícil degradação em aterros sanitários

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Luiz Meira 
medicina de família
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