Gênesis 42
1, 2,
3, 4, 5, 6,
7, 8, 9, 10,
11, 12, 13, 14,
15, 16, 17, 18,
19, 20, 21, 22,
23, 24, 25, 26,
27, 28, 29, 30,
31, 32, 33, 34,
35, 36, 37,
38
1 JACÓ FICOU
sabendo que no Egito não havia falta de mantimento. Então
disse aos filhos dele: “Vocês acham que adianta ficar olhando uns
para os outros, sem fazer nada?
2 “Ouvi dizer,” continuou
Jacó, “que o Egito tem cereais armazenados. Vão lá
comprar mantimento, se não, acabaremos morrendo de fome.”
3 Dez irmãos
de José foram comprar cereal no Egito.
4 Jacó não
deixou ir Benjamim, o filho menor, irmão de José por parte
de pai de mãe. Jacó reteve Benjamim, dizendo: “Convém
que ele fique, pois poderia acontecer algum desastre a ele.”
5 Iam caravanas de
Canaã para o Egito, para resolver o problema da fome. E lá
foram também os filhos de Israel.
6 José era
o governador do Egito. Era ele que fazia as vendas, e os irmãos
de José foram então à sua presença quando chegaram,
e se inclinaram diante dele!
7 José logo
reconheceu os irmãos, mas não disse nada quanto a isso. Falou
secamente com eles, perguntando por meio de intérprete: “De onde
vocês vêm?” Eles responderam: “Da terra de Canaã. Viemos
comprar mantimento.”
8 José reconheceu
os irmãos dele, mas eles não reconheceram José.
9 José lembrou
os sonhos que tinha tido sobre eles. Disse aos irmãos: “Vocês
são espiões. Estão querendo descobrir os pontos fracos
do Egito.”
10 “Não,
senhor!” responderam eles. “Estes seus servidores vieram aqui para comprar
mantimento, e só.
11 “Somos todos
irmãos, por parte de pai. Somos gente honesta. Não somos
espiões.”
12 José insistiu:
“Nada disso! O que vieram fazer é outra coisa. Vocês querem
conhecer os pontos fracos do país.”
13 “Nós,
que somos seus servidores,” disse eles, “somos de uma família de
doze irmãos, todos filhos de um homem que mora em Canaã.
Estamos dez aqui. O mais novo de todos ficou com o pai. O outro não
existe mais.”
14 Não adiantou.
José continuou dizendo: “Não. Vocês não mudarão
o que penso. Vocês são espiões.
15 “Bem”, prosseguiu
ele, “há um jeito de provar o que dizem. Mas garanto – pela vida
de Faraó – que vocês não sairão daqui enquanto
não apresentarem a prova. E a prova é esta: Tragam aqui o
seu irmão mais novo.
16 “Um de vocês
vai buscar o rapaz. Enquanto isso vocês vão ficar detidos
aqui. Assim ficará provado se vocês disseram a verdade. E
se não – pela vida de Faraó – terei certeza de que são
espiões.”
17 Dizendo isso,
mandou prender todos eles numa cadeia.
18 Três dias
depois, José tornou a falar com eles. Disse: “Vou dar oportunidade
a vocês para salvarem a vida – pois eu tenho temor de Deus. Façam
isto:
19 “Se vocês
são honestos, deixem um aqui na prisão, enquanto os outros
vão levar mantimento para saciar a fome dos seus familiares.
20 “Depois voltarão
para cá, trazendo o irmão mais novo. Assim vocês provarão
o que estão dizendo, e não serão mortos.” Eles concordaram.
21 Naquela hora
os irmãos de José lembraram o mal que tinham feito. “Bem
merecemos o que está acontecendo,” disseram. “Pesa sobre nós
a culpa do que fizemos ao nosso irmão. Vimos quanto ele sofreu!
Ele suplicava tnato que tivéssemos dó, e nós não
fizemos caso! Agora estamos pagando tudo. Agora passamos por esta angústia!”
22 “Vocês
decerto lembram o que falei na ocasião,” disse Rúben. “Eu
disse que não pecassem contra o rapaz. Mas vocês não
quiseram escutar. Pois agora vejam! Temos de pagar pelo sangue dele!”
23 Eles nem desconfiaram
que José estava entendendo tudo o que falavam. Não
desconfiavam porque, quando José falava com eles, usava intérprete,
como se não soubesse a língua dos hebreus.
24 José saiu
um pouco, e chorou. Depois voltou para falar com os irmãos, e algemou
Simeão na frente deles.
25 José deu
ordens para que enchessem de cereal os sacos que os irmãos dele
tinham trazido para as compras. Mandou devolveu o pagamento deles, colocando
o dinheiro dentro dos sacos de mantimento. Além disso, mandou preparar
alimentos para a viagem deles. Os criados fizeram tudo que José
mandou.
26 Os filhos de
Jacó puseram os sacos de mantimentos no lombo dos jumentos, e foram
embora.
27 Quando estavam
alojados numa hospedaria na estrada, um dos irmãos foi alimentar
o jumento dele. Ao abrir um saco para tirar cereal, achou o dinheiro na
boca do saco.
28 “Vejam só!”
disse ele. “Devolveram o meu dinheiro! Encontrei na boca do saco de mantimento.”
Os outros quase desmaiaram. Ficaram olhando uns para os outros, cheios
de medo. E disseram: “Que será que Deus quer fazer conosco?”
29 Continuaram a
viagem para terra de Canaã. Chegando em casa, contaram ao pai tudo
o que tinha acontecido.
30 “O governado
do Egito foi duro conosco,” disseram eles a Jacó. “Ele ficou dizendo
que estávamos lá como espiões!
31,32 “Nós
dissemos: ‘Somos gente honesta. Não somos espiões1 Somos
doze irmãos por parte de pai. Um não existe mais, e o menor
está em casa, na terra de Canaã.’
33,34 “Mas
aquele homem, que é a maior autoridade do Egito, respondeu: ‘Só
vejo um modo de vocês provarem que são honestos. Um
de vocês fica detido aqui. Os outros podem ir para casa, levando
mantimento para socorrer as famílias de cada um. Depois vocês
vão ter de voltar para cá, trazendo o irmão mais novo.
Se fizerem isso, ficará provado que estão sendo sinceros.
Aí soltarei o seu irmão, e vocês poderão negociar
à vontade no Egito.’”
35 Depois de contarem
a história toda, despejaram os sacos de mantimentos no depósito.
Aí viram o dinheiro de todos ele, amarrado em pequenos pacotes.
O pai e os filhos ficaram cheios de medo.
36 Então
disse Jacó: “Vocês me deixaram sem dois filhos. José
não existe mais, e Simeão está longe. E agora querem
levar Benjamim! Como posso agüentar todas estas coisas?!”
37 Foi quando Rúben
falou ao pai: “Pode deixar que eu levo Benjamim, e trago de volta. Se eu
não cumprir a minha palavra, pode matar os meus dois filhos!”
38 “O meu filho
não saíra daqui com vocês,” respondeu Jacó.
“Morreu o irmão dele, e ele ficou sozinho. É o que me resta.
Se ele for e acontecer algum desastre com ele na viagem, vocês me
farão morrer cheio de tristeza!”