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Princípios Gerais de Diagnóstico em Câncer
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ß-HCG

Beta Gonadotrofina Coriônica Humana

Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) é normalmente secretada pela placenta durante a gravidez. Por causa do alto nível de HCG no sangue e urina de quase todas as mulheres diagnosticadas com doença trofoblástica (um câncer raro que se desenvolve de ovos anormais fertilizados), ela é um excelente marcador tumoral para essa doença. HCG também pode ser associada com a presença de câncer de célula germe. Em adição, pacientes com doenças benignas como doença inflamatória do intestino, úlceras duodenais, cirrose ou câncers de mama, pulmão, pâncreas, ovário ou sistema gastrointestinal podem ter elevados níveis de HCG.



O HCG Gonadotrofina Coriônica é secretado através do sinciciotrofoblasto placentário. A cadeia alfa dessa molécula compartilha seqüência homóloga com hormônio luteinizinante (LH), mas a cadeia beta é única. O beta-HCG é normalmente encontrado no soro e na urina durante a gravidez. Porém, pode também estar presente em 10% dos pacientes com doença inflamatória intestinal benigna, úlcera duodenal e cirrose hepática. Além disso, o beta-HCG é achado em quase 100% dos pacientes com tumores trofoblásticos e em 10% a 40% de tumores de células não-germinativas, como carcinoma do pulmão, mama, trato GI e ovário. Em pacien-tes com tumores trofoblásticos (células germinativas) comoseminomas, teratomas e coriocarcinomas, o beta-HCG é muito útil diagnosticando, monitorando terapia, prevendo o aparecimento de metástases e predizendo o fracasso de tratamento ou recidivas da doença. Quando avaliado em combinação com AFP, torna-se particularmente útil na detecção dos seminonas.



O papel da AFP em tumores de células germinativas depende largamente do uso combinado de AFP e ß-hCG, um hormônio glicoprotéico de 45 kd, secretado pelo sinciciotrofoblasto placentário e que está normalmente presente apenas durante a gravidez. Ele contém duas subunidades, a cadeia beta exclusiva e a cadeia alfa que tem semelhança estrutural com o hormônio luteinizante humano. A meia vida do ß-hCG varia de 12 a 20 horas e os níveis séricos normais são inferiores a 1 ng/ml. Aproximadamente 10% dos pacientes com doença inflamatória do intestino, úlceras duodenais, e cirrose podem tem níveis elevados de ß-hCG. Entre 10% e 40% de outros tumores como os de pulmão, mama, trato gastrointestinal, ovário, melanoma e doenças linfoproliferativas podem estar associados ao aumento do ß-hCG. Todos os tumores trofoblásticos têm níveis elevados de ß-hCG. A utilidade clínica deste marcador para estes tumores é excelente, com aproximadamente 100% de sensibilidade e especificidade para diagnóstico, correlação definida com resposta e predição de metástases ocultas e recidiva após tratamento. Os tumores de células germinativas podem ser predominantemente de um tipo celular ou compostos por uma combinação de tipos celulares; são classificados como: seminomatosos e não seminomatosos(carcinoma embrionário, teratoma, coriocarcinoma, tumor do seio endodérmico). Os níveis de AFP e ß-hCG estão simultaneamente elevados em tumores do saco embrionário e nos carcinomas embrionários. ß-hCG está elevada em todos os casos de coriocarcinoma e em 10% a 30% dos casos de seminoma. Embora AFP e ß-hCG não sejam úteis para triagem de pacientes com tumores de células germinativas, sua utilização é bem estabelecida para diagnóstico, estadiamento e monitoramento. Em tumores de células germinativas não seminomatosos, níveis elevados de ß-hCG e AFP se correlacionam com a extensão da doença. Um ou ambos marcadores são dispositivos em 50% dos estadios A (tumor confinado ao testículo), 40% a 65% no estadio B1 (comprometimento retroperitoneal microscópico de < 5 linfonodos), 80% estadio B2 e B3 (doença retroperitoneal volumosa) e 90% estadio C (doença além do retroperitônio). Pacientes com níveis muitos elevados dos marcadores têm pior prognóstico. Após ressecção cirúrgica da doença primária ou metastática espera-se queda dos níveis séricos dos marcadores; se esta queda não for observada, existe forte suspeita de doença residual. Da mesma forma, respostas à quimioterapia são acompanhadas de redução dos níveis dos marcadores. Caso não ocorra redução do ß-hCG até o dia 22 da quimioterapia com PVB (Cisplatina, Vimblastina e Bleomicina) ou o nível nesta data não seja inferior a 1/200 aquele do dia 1, estaremos diante de uma resposta incompleta. Pacientes com níveis normais dos marcadores após tratamento e massa residual podem ter tumor residual em um terço dos casos. Elevação persistente do marcador é invariavelmente resultado de câncer residual. Níveis crescentes podem ocorrer antes ou após recidiva clínica e um marcador pode se elevar em discordância com outro, a despeito da elevação de ambos na época do diagnóstico. Uma discreta elevação de ß-hCG pode ocasionalmente ser falsa, devido à reação cruzada da subunidade beta de ß-hCG com o hormônio luteinizante, que pode estar elevado após orquiectomia. A elevação falsa da ß-hCG torna-se clara quando o hormônio luteinizante é suprimido através da administração de testosterona.

 

 


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Luiz Meira
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