Relatório da Conferência
Internacional para a Décima Revisão da Classificação
Internacional de Doenças
5.
Regras de Seleção
e Codificação e Listas Tabulares
6.
Família de Classificações
7.
Execução da
Décima Revisão da CID
8.
Futuras Revisões da
CID
9.
Adoção da Décima
Revisão da CID
Referências
Preâmbulo
A
Conferência Internacional Para a Décima Revisão da
Classificação Internacional de Doenças foi convocada
pela Organização Mundial de Saúde e realizada em sua
sede em Genebra de 26 de setembro a 2 de outubro de 1989. Participaram
da Conferência delegados de 43 Países Membros:
Angola
|
Austrália
|
Bahamas
|
Bélgica
|
Brasil
|
Bulgária
|
Burundi
|
Canadá
|
China
|
Chipre
|
Cuba
|
Dinamarca
|
Emirados
Árabes Unidos
|
Espanha
|
Estados
Unidos da América
|
Finlândia
|
França
|
Hungria
|
Índia
|
Indonésia
|
Israel
|
Japão
|
Kuwait
|
Luxemburgo
|
Madagascar
|
Mali
|
Malta
|
Moçambique
|
Niger
|
Países
Baixos
|
Portugal
|
Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
|
República
da Coréia
|
República
Democrática da Alemanha
|
República
Federal da Alemanha
|
Senegal
|
Singapura
|
Suécia
|
Suíça
|
Tailândia
|
Uganda
|
União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas
|
Venezuela
|
|
Participaram
da Conferência representantes das Nações Unidas, da
Organização Internacional do Trabalho e dos Escritórios
Regionais da OMS bem como representantes do Conselho das Organizações
Internacionais de Ciências Médicas e de doze outras organizações
não-governamentais referentes a registros de câncer, à
surdez, à epidemiologia, à medicina de família, à
ginecologia e obstetrícia, à hipertensão, à
documentação médica, à medicina preventiva
e social, à neurologia, à psiquiatria, à reabilitação
e a doenças sexualmente transmitidas.
A
Conferência foi aberta pelo Dr. J. P. Jardel, Assistente do Diretor
Geral, em nome deste. O Dr. Jardel referiu-se ao extenso trabalho realizado
que incluiu consultas e toda a preparação das propostas da
revisão o que necessitou um intervalo mais longo entre as revisões.
Ele mencionou o fato de a Décima Revisão ter um novo título,
Classificação Estatística Internacional de Doenças
e de Problemas Relacionados à Saúde, enfatizando sua finalidade
estatística e refletindo a maior amplitude de suas finalidades.
A abreviação que se tem utilizado, CID, será mantida.
Ele também mencionou o novo esquema de códigos alfa numéricos,
o que permitiu um melhor equilíbrio entre os conteúdos dos
capítulos bem como abriu espaço para mudanças e adições
futuras; referiu-se também à intenção de produzir
um manual da CID com categorias de três caracteres com um índice
alfabético para ser usado em lugares onde for inapropriado o uso
da versão mais complexa e detalhada de quatro caracteres.
A
Conferência elegeu as seguintes pessoas:
Dr.
R. H. C. Wells, Austrália (Presidente)
Dr.
H. Bay-Nielsen, Dinamarca (Vice-Presidente)
Dr.
R. Braun, República Democrática da Alemanha (Vice-Presidente)
Sr.
R. A. Israel, Estados Unidos da América (Vice-Presidente)
Dr.
R. Laurenti, Brasil (Vice-Presidente)
Dr.
P. Maguin, França (Relator)
Sra.
E. Taylor, Canadá (Relator)
O
secretariado da Conferência foi o seguinte:
Dr.
J. P. Jardel, Assistente do Diretor Geral, OMS, Genebra, Suíça
Dr.
H. R. Hapsara, Diretor, Divisão de Vigilância Epidemiológica
e Avaliação da Situação e Tendências
de Saúde, OMS, Genebra, Suíça
Dr.
J. C. Alary, Médico Chefe, Serviços de Epidemiologia e de
Estatísticas de Saúde, OMS, Genebra, Suiça
Dr.
G. R. Brämer, Médica, Serviços de Epidemiologia e de
Estatísticas de Saúde, OMS, Genebra, Suiça
Sr.
A. L'Hours, Oficial Técnico, Serviços de Epidemiologia e
Estatísticas de Saúde, OMS, Genebra, Suíça
Professor
W. Jänisch, República Democrática da Alemanha (Conselheiro
Temporário)
Sr.
T. Kruse, Dinamarca (Conselheiro Temporário)
Dr.
K. Kupka, França (Conselheiro Temporário)
Dr.
J. Leowski, Polônia (Conselheiro Temporário)
Sra.
R. M. Loy, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (Conselheiro
Temporário)
Sr.
R. H. Seeman, Estados Unidos da América (Conselheiro Temporário)
O
secretariado da Conferência contou com o auxílio de representantes
de outras unidades técnicas da sede da OMS.
A
Conferência adotou uma agenda que tratava das propostas do conteúdo
dos capítulos da Décima Revisão e do material a ser
incorporado no manual a ser publicado; o processo para sua introdução;
e sobre a família de classificações e temas correlatos.
1.
História e desenvolvimento dos usos da Classificação
Internacional de Doenças (CID)
Recordou-se
na Conferência a impressionante história de uma classificação
estatística que remonta ao século dezoito. Enquanto as primeiras
revisões da classificação diziam respeito somente
às causas de morte, a partir da Sexta Revisão, em 1948, suas
finalidades se expandiram passando a incluir doenças não
fatais. Esta expansão continuou até esta Nona Revisão
ocorrendo algumas inovações para atender às necessidades
estatísticas das mais diversas organizações. Acresce
também que na Conferência Internacional Para a Nona Revisão
(Genebra, 1975) (1), foram
feitas e aprovadas recomendações para serem publicadas, para
fins experimentais, classificações suplementares de procedimentos
em medicina e de deficiências, incapacidades e desvantagens.
2.
Retrospectiva das atividades de preparação das propostas
para a Décima Revisão da CID
As
propostas apresentadas na Conferência representaram o produto de
uma grande quantidade de atividades não somente na OMS mas em todo
o mundo. O programa de trabalho foi orientado por reuniões periódicas
dos Diretores dos Centros Colaboradores da OMS para a Classificação
de Doenças. O plano de ação foi estabelecido em reuniões
especiais e pelo Comitê de Peritos para a Classificação
Internacional de Doenças – Décima Revisão, que se
reuniu em 1984 (2) e 1987
(3) para decidir sobre
a direção que o trabalho deveria seguir e sobre a forma das
propostas finais.
Grande
parte das atividades preparatórias foi dedicada a uma revisão
radical sobre a adequação da estrutura da CID – essencialmente
uma classificação estatística de doenças e
de outros problemas de saúde – para servir a uma variedade de necessidades
quer para mortalidade quer para dados de assistência à saúde.
Foram estudadas maneiras de estabilizar o sistema de códigos visando
minimizar a descontinuidade em sucessivas revisões, bem como a possibilidade
de prover um melhor equilíbrio entre o conteúdo dos diferentes
capítulos da CID.
Mesmo
com uma nova estrutura, estava claro que uma classificação
não poderia atender a todas as necessidades. Por esta razão
desenvolveu-se o conceito de uma “família” de classificações
que apresentasse a CID como o seu núcleo ou centro a qual caberiam
as necessidades tradicionais de estatísticas de mortalidade e morbidade
ao passo que as necessidades de pormenores em maior ou menor número
ou classificações diferentes e os assuntos relacionados seriam
cobertas por outros membros da família.
Foram
investigados, pelos Centros Colaboradores, vários modelos opcionais
para a estrutura da CID porém os resultados mostraram que cada um
desses modelos apresentava aspectos não satisfatórios e que
nenhum deles tinha vantagens suficientes em relação à
estrutura existente a ponto de justificar sua substituição.
Reuniões especiais para avaliar a Nona Revisão confirmaram
que apesar de alguns usuários potenciais julgarem não conveniente
a estrutura da CID, havia uma grande quantidade de usuários satisfeitos
que identificavam muitas vantagens inerentes, mesmo existindo algumas inconsistências
aparentes, e que expressaram o desejo de continuar com a forma atual.
Vários
esquemas com notação alfanumérica foram analisados
visando produzir uma estrutura de códigos que oferecesse um melhor
equilíbrio entre os capítulos e permitisse espaço
suficiente para acréscimos e mudanças futuras sem interromper
a ordem dos códigos.
As
decisões tomadas sobre esses assuntos abriram caminho para a preparação
das minutas sucessivas sobre as propostas dos capítulos para a Décima
Revisão. Essas minutas circularam duas vezes, para comentários
entre os Países Membros e também foram revisadas por outros
interessados, bem como foram assuntos de reuniões de diretores de
Centro e revistas pelo Comitê de Peritos. Um grande número
de associações de especialistas, alguns peritos individuais,
outras unidades da OMS em Genebra e dos escritórios regionais da
OMS deram opiniões e orientações à unidade
da OMS responsável pela CID e aos Centros Colaboradores na preparação
das propostas e de outros materiais apresentados à Conferência.
A OMS reconhece agradecida esse auxílio.
3.
Características gerais e conteúdo da proposta para a Décima
Revisão da CID
A
principal inovação das propostas para a Décima Revisão
foi o uso de um esquema de código alfanumérico que consiste
em uma letra seguida de três números a nível de quatro
caracteres. Este fato mais que dobrou o tamanho do conjunto de códigos
quando se compara com a Nona Revisão e possibilitou que, para a
grande maioria dos capítulos, fosse atribuída uma única
letra, cada uma das quais possibilitando 100 categorias de três caracteres.
Foram utilizadas 25 letras das 26 existentes; a letra U não foi
utilizada e poderá servir para adições e alterações
futuras bem como para possíveis classificações provisórias
visando resolver dificuldades que venham a surgir entre as revisões,
em âmbito nacional ou internacional.
Decidiu-se
que algumas categorias de três caracteres ficassem vazias para expansões
e revisões futuras, seu número variando de acordo com os
capítulos: aqueles capítulos com eixo de classificação
primariamente anatômico têm menor número de categorias
vazias visto que se considerou que as modificações futuras
seriam mais limitadas.
A
Nona Revisão continha 17 capítulos e duas classificações
suplementares: a Classificação Suplementar de Causas Externas
de Lesões e de Envenenamentos (o código E) e a Classificação
Suplementar de Fatores que Exercem Influência Sobre o Estado de Saúde
e de Oportunidades de Contato com Serviços de Saúde (o código
V). Como foi recomendado pela Reunião Preparatória sobre
a Décima Revisão (Genebra, 1983) (4)
e endossado nas reuniões seguintes, estes dois capítulos
não seriam mais considerados como suplementares mas sim incluídos
como parte do núcleo da classificação.
A
ordem de entrada dos capítulos nas propostas para a Décima
Revisão foi, inicialmente, a mesma da Nona Revisão; entretanto,
para tornar mais eficiente o uso dos espaços disponíveis,
os transtornos do mecanismo imunitário foram incluídos juntos
às doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos,
enquanto que na Nona Revisão eles estavam incluídos nas doenças
endócrinas, da nutrição e do metabolismo. O novo capítulo
“Doenças do sangue e dos órgãos
hematopoéticos e alguns transtornos que envolvem o mecanismo imunitário”
segue o capítulo “Neoplasias” com o qual
divide a letra D.
Durante
a elaboração dos primeiros rascunhos do capítulo “Doenças
do sistema nervoso e dos órgãos do sentido” ficou claro que
não poderiam ser acomodados todos os pormenores necessários
sob uma única letra com as 100 categorias de três caracteres.
Foi decidido então criar três capítulos independentes
– “Doenças do sistema nervoso” com a letra
G e dois outros capítulos “Doenças
do olho e anexos” e “Doenças do ouvido
e da Apófise mastóide”, que dividem a letra H.
Também
foram colocados em continuidade os capítulos XIV a XVII a saber:
“Doenças sistema geniturinário”,
“Gravidez, parto e puerpério”, “Algumas
afecções que se originam no período perinatal”
e “Malformações congênitas, deformidades
e anomalias cromossômicas”.
Com
a inclusão das antigas classificações suplementares
como parte da classificação central e com a criação
de dois novos capítulos, o número total de capítulos
na proposta para a Décima Revisão passou a 21. Os títulos
de alguns capítulos foram retificados com a finalidade de indicar
melhor o seu conteúdo.
Foram
realizados alguns estudos de campo nos casos de propostas de alterações
radicais na CID. Este fato ocorreu com os seguintes capítulos:
V
Transtornos mentais e comportamentais
XIX
Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências
de causas externas
XX
Causas externas de mortalidade e de morbidade
Para
o Capítulo II, “Neoplasias” [Tumores],
também foi realizado teste de campo, ainda que as mudanças
em seu conteúdo tenham sido menores.
Alguns
aspectos novos das propostas para a Décima Revisão são
os seguintes:
· As
notas de exclusão no início de cada capítulo foram
expandidas para explicar a hierarquia relativa dos capítulos e tornar
claro que, para a codificação o “grupo especial” de capítulos
tem prioridade sobre os que se referem a órgãos e sistemas
e que, entre os especiais, “Gravidez, parto e puerpério”
e “Algumas afecções que se originam
no período perinatal” têm prioridade sobre os outros.
· Além
disso, no início de cada capítulo, apresenta-se uma descrição
dos agrupamentos de categorias de três caracteres e, quando for o
caso, as categorias com asterisco; isso foi feito para esclarecer a estrutura
dos capítulos e facilitar o uso das categorias de asterisco.
· As
notas na lista tabular se aplicam a todos os usos da classificação;
se existir uma nota apropriada somente para morbidade ou somente para mortalidade,
ela estará incluída nas notas especiais que aparecem nas
regras de codificação de morbidade ou nas regras de codificação
de mortalidade.
· A
Nona Revisão identificava algumas afecções como sendo
induzidas por drogas; esta abordagem continuou a ser feita na preparação
das propostas para a Décima Revisão e muitas delas são
agora identificadas separadamente.
Uma
importante inovação foi a criação, no final
de alguns capítulos, de categorias para transtornos conseqüentes
a procedimentos. Estas categorias identificam afecções importantes
que constituem, por si mesmas, problemas de assistência médica
e incluem como exemplos doenças endócrinas e metabólicas
que surgem após a remoção de um órgão
ou outras afecções específicas como a síndrome
de dumping após gastrectomia. Outras afecções pós-procedimento
que não são específicas de um órgão
ou sistema, incluindo complicações imediatas como a embolia
gasosa e o choque pós-operatório, continuam a ser classificados
no capítulo “Lesões, Envenenamentos
e Algumas Outras Conseqüências de Causas Externas”.
Outra
mudança foi que na Nona Revisão os títulos das subcategorias
de quatro dígitos tinham, muitas vezes, de serem lidas juntamente
com os títulos das categorias de três dígitos para
apreender-se o significado completo da subcategoria. Na proposta da Décima
Revisão apresentada na Conferência os títulos são,
quase sempre, completos e podem ser entendidos por si mesmos.
O
esquema de classificação dupla para etiologia e manifestação,
conhecido como sistema de cruz e asterisco, introduzido na Nona Revisão,
tem sido motivo de algumas críticas. Estas dizem respeito, principalmente,
ao fato de a classificação freqüentemente conter uma
mistura de manifestação e outra informação
aos níveis de três e quatro dígitos, com os mesmos
termos diagnósticos aparecendo nos dois eixos. Há também
o fato de muitos considerarem o sistema como não muito abrangente.
Para superar tais problemas, na proposta para a Décima Revisão,
os códigos com asterisco aparecem em 82 categorias homogêneas
de três caracteres para uso opcional. Desta maneira, é possível
que aqueles diagnósticos contendo informações sobre
uma doença básica generalizada e uma manifestação
ou complicação em um determinado órgão ou localização
recebam dois códigos, possibilitando a recuperação
ou tabulação de acordo com os dois eixos.
Estas
características da proposta para a Décima Revisão
foram aceitas pela Conferência.
Cada
um dos capítulos foi apresentado na Conferência com a descrição
das alterações introduzidas em relação à
Nona Revisão e com as informações que fundamentaram
determinadas inovações. Algumas questões relativas
às alterações na estrutura e no conteúdo de
capítulos foram discutidas na Conferência, alcançando-se
um acordo em seguida à modificações realizadas pelo
secretariado.
4.
Critérios e definições relacionados à saúde
materna e infantil
A
Conferência considerou com interesse as recomendações
sobre as definições, critérios e requisitos relacionados
às mortalidade materna, fetal, perinatal, neonatal e infantil para
a Décima Revisão. Estas recomendações resultaram
de uma série de encontros e consultas especiais que tinham como
objetivo melhorar a comparabilidade dos dados.
A
Conferência concordou que seria desejável manter as definições
de nascido vivo e de morte fetal de forma que estavam na Nona Revisão.
Após
algumas discussões, a Conferência organizou um grupo de trabalho
sobre o tema mortalidade materna e, baseados na recomendação
feita, após esta reunião, concordou-se em manter a definição
de mortalidade materna como apresentada na Nona Revisão.
A
fim de melhorar a qualidade dos dados sobre mortalidade materna e possibilitar
métodos alternativos de coleta dos dados sobre mortes ocorridas
durante a gestação ou relacionadas a ela, bem como para incentivar
o registro dos óbitos por causas obstétricas ocorridas após
os 42 dias do término da gestação, duas definições
adicionais, para “mortes relacionadas a gravidez” e para “morte materna
tardia”, foram formuladas nesse grupo de trabalho. Elas estão incluídas
no item Definições.
A
Conferência
RECOMENDOU
que os países considerem a inclusão nos atestados de óbitos
de questões relacionadas a gestação atual e a gestação
do último ano precedendo à morte.
A
Conferência concordou que, desde que o número de nascidos
vivos é universalmente mais disponível que o número
total de nascimentos (nascidos vivos mais mortes fetais), o mesmo deverá
ser utilizado como denominador nas taxas relacionadas à mortalidade
materna como referidas no Volume 2.
Com
respeito à mortalidade perinatal, neonatal e infantil, foi enfaticamente
recomendado que nas publicações as taxas baseadas em coortes
de nascimentos sejam assim identificadas e diferenciadas.
A
Conferência confirmou a prática de expressar a idade em unidades
de tempo completas e deste modo designou o primeiro dia de vida como dia
zero.
A
Conferência
RECOMENDOU
a inclusão, no manual da Décima Revisão da CID, de
definições, critérios e requisitos para a apresentação
de dados relacionados à mortalidade materna, fetal, perinatal, neonatal
e infantil.
5.
Regras de Seleção e Codificação e Listas Tabulares
5.1
Regras de seleção e codificação para mortalidade
A
Conferência foi informada sobre o processo para a revisão
das regras de seleção e modificação da causa
básica de morte e das notas associadas, da forma como apareciam
na Nona Revisão, o que resultou em várias recomendações
de mudanças para as regras e mudanças extensivas nas notas.
A
Conferência
RECOMENDOU
que as regras para a seleção da causa básica da morte
para tabulações primárias de mortalidade, como aparecem
na Nona revisão da CID, sejam substituídas na Décima
revisão [por aquelas contidas no Volume 2].
A
Conferência foi informada que notas adicionais para uso na codificação
da causa básica e na interpretação das menções
de causas de morte foram planejadas e estavam sendo revistas. Como o objetivo
dessas notas é de tornar mais consistente a codificação,
a Conferência concordou que elas fossem incorporadas à Décima
Revisão.
A
Conferência tomou conhecimento do uso da metodologia de causas múltiplas
de morte para a codificação e análise das causas de
morte. Ela expressou seu estímulo à estas atividades, mas
não recomendou que a Décima Revisão contenha qualquer
regra particular ou método de análise a serem seguidos.
Considerando
o modelo internacional de atestado médico de causa de morte, o Comitê
de Peritos reconheceu que a situação da população
idosa com uma maior proporção de óbitos envolvendo
múltiplos processos mórbidos, e os efeitos de intervenções
terapêuticas associadas tendem a aumentar o número de doenças
declaradas entre a causa básica e a causa direta da morte: isto
significa que um no número crescente de afecções estavam
sendo citadas no atestado de óbito em muitos países. Isto
levou o Comitê a recomendar a inclusão de uma linha adicional
(d) na Parte I no atestado médico do óbito.
A
Conferência portanto
RECOMENDOU
que, onde houver necessidade, os países considerem a possibilidade
de incluir uma linha adicional (d) na Parte I do atestado médico
de causa de morte.
5.2
Regras de seleção e codificação para morbidade
A
Nona Revisão apresentou, pela primeira vez, um orientação
para o registro, a codificação e principalmente para a seleção
de uma afecção única para a elaboração
das estatísticas de morbidade. A experiência do uso dessas
definições e regras da Nona Revisão mostrou que elas
são úteis e gerou pedidos para que fossem melhor esclarecidas
no sentido de serem utilizadas para o registro de informações
sobre diagnósticos resultantes de consultas ou episódios
de atendimento assim como para situações onde houver um problema
específico.
A
Conferência endossou as recomendações da Conferência
para a Revisão de 1975 sobre a afecção a ser selecionada
para análise por causa única de qualquer episódio
de assistência à saúde e, quando possível, a
codificação de causas múltiplas que permite uma análise
suplementar das estatísticas de rotina. Determinou-se que a Décima
Revisão esclareça que a orientação deve ser
utilizada apenas quando a tabulação da “afecção
principal” de um episódio ou consulta tenha sido adequado e quando
o conceito de “episódio” “per se” tenha sido relevante na maneira
de organizar a coleta dos dados.
A
Conferência portanto
RECOMENDOU
que uma orientação adicional sobre o registro e a codificação
de morbidade seja incluída na Décima Revisão, e que
as definições de “afecção principal” e “outras
afecções” devam ser incorporadas, bem como as regras de modificação
para casos onde a “afecção principal” for incorretamente
anotada [Estes tópicos estão incluídos no Volume 2].
A
Conferência também
RECOMENDOU
que em casos onde a “afecção principal” seja passível
de código duplo, previsto pela CID, ambos, o código cruz
e o código asterisco, devem ser registrados, permitindo uma tabulação
alternativa.
A
Conferência concordou que notas e exemplos esclarecedores devam ser
adicionados com a finalidade de permitir maior compreensão.
5.3
Listas para tabulação de mortalidade e morbidade
A
Conferência foi informada sobre as dificuldades do uso da Lista Básica
para Tabulação baseada na Nona Revisão e sobre as
atividades, particularmente da OMS, para desenvolver novas listas para
a tabulação e a publicação dos dados de mortalidade.
Neste processo tornou-se claro que, em muitos países, a mortalidade
de menores de cinco anos tem sido um indicador melhor do que a mortalidade
infantil, e portanto é preferível ter uma lista que inclua
mortes infantis e mortes de crianças até cinco anos de idade
do que apenas a lista para mortalidade infantil.
Foram
preparadas, para serem consideradas pela Conferência, duas versões
para a lista de mortalidade geral e para a lista de mortalidade infantil
e de crianças, a segunda versão incluindo os títulos
dos capítulos e rubricas residuais para os capítulos, se
necessário.
Em
decorrência da preocupação motivada pelas listas de
mortalidade, reuniu-se um grupo de trabalho que considerou a possibilidade
de inclusão de alguns itens adicionais. O relatório do grupo
de trabalho foi aceito pela Conferência e está consubstanciado
nas listas de mortalidade .
Em
relação às listas de tabulação de morbidade,
a Conferência reviu ambas as propostas, a lista para a tabulação
e um modelo de lista baseada nos títulos dos capítulos, com
itens selecionados e incluídos como exemplos sob cada título.
A aplicabilidade dessas listas para morbidade em senso amplo foi motivo
de consideração. Houve consenso geral que as listas como
apresentadas eram provavelmente mais adequadas para morbidade hospitalar,
e foi sentida a necessidade de maiores esforços para desenvolver
uma lista aplicável a outros tipos de atendimentos de morbidade
e também que ambas as listas de tabulação, de morbidade
e mortalidade, devessem ser acompanhadas por explicações
e instruções apropriadas sobre os seus usos na Décima
Revisão.
Em
razão da preocupação da Conferência e das conclusões
do grupo de trabalho, a Conferência concordou que as listas de tabulação
e de publicação devam estar contidas na Décima Revisão,
enquanto se procuram títulos mais esclarecedores para essas listas.
Concordou-se também em desenvolver uma segunda versão da
lista de tabulação para morbidade com a finalidade de facilitar
a tabulação alternativa das categorias de asterisco.
6.
Família de Classificações
6.1
Conceito da família de classificações
Durante
a preparação da Nona Revisão percebeu-se que a CID
sozinha não poderia abranger todas as informações
necessárias e que apenas uma “família” de classificações
sobre doenças e outros problemas relacionadas à saúde,
poderia suprir as várias necessidades em saúde pública.
Desde o final da década de setenta, várias soluções
possíveis têm sido consideradas, uma das quais demandava uma
classificação central (CID) com uma série de módulos,
alguns hierarquicamente relacionados e outros de caráter suplementar.
Após
estudos e discussões em cooperação com os vários
Centros Colaboradores, foi elaborado um conceito de família de classificações
que foi revisto pelo Comitê de Peritos, em 1987, que recomendou o
seguinte esquema:
Família de Classificações
Internacionais da OMS
Classificações Relacionadas
|
|
Classificações de Referência
|
|
Classificações derivadas
|
Classificação Internacional de Atenção
Primária (ICPC)
|
|
Classificação Internacional de Doenças
e Problemas relacionados à Saúde
CID-10
|
|
Classificação Internacional de Oncologia
-3ª edição
CID-O-3
|
Classificação Internacional de Causas
Externas das Lesões (ICECI)
|
|
Classificação de Transtornos Mentais
e Comportamentais da CID-10
|
Sistema de Classificação anatômica,
terapêutica e química (ATC) com definição de
doses diárias (DDD)
|
|
Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde
CIF
|
|
Aplicação da Classificação
Internacional de Doenças a dentistica e estomatologia – 3ª
revisão CID-DA
|
ISO 9999
Ajudas Técnicas para pessoas com incapacidades
- Classificação e Terminologia
|
|
Aplicação da Classificação
Internacional de Doenças a Neurologia
Cid-10-NA
|
|
|
Classificação Internacional de Intervenções
em Saúde (ICIH)
Em desenvolvimento
|
|
Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde – Jovens e Crianças (ICF CY)
|
A
Conferência
RECOMENDOU
que o conceito de família de classificações de doenças
e problemas relacionados à saúde deva ser seguido pela OMS.
Visando
manter a integridade da CID e o conceito de família, a Conferência
RECOMENDOU
que, com a finalidade de manter a comparabilidade internacional, nenhuma
mudança deva ser realizada no conteúdo (como indicado pelo
título) das categorias de três algarismos e nas subcategorias
de quatro caracteres da Décima Revisão durante a fase de
preparação, tradução ou adaptação,
exceto as autorizadas pela OMS. O Secretariado da OMS é o responsável
pela CID e atua como centro de referência para qualquer publicação
(exceto as publicações das estatísticas nacionais)
ou para traduções a partir da CID. A OMS deve ser prontamente
notificada sobre a intenção de produzir traduções
e adaptações ou qualquer outra classificação
relacionada à CID.
A
Conferência viu com interesse a apresentação do uso
e da ligação entre diferentes membros da família da
CID na avaliação médico-social e multidimensional
dos idosos não apenas em relação à saúde
mas também nas atividades diárias e nos ambientes social
e físico. Foi mostrado que boas informações poderiam
ser obtidas através do uso da CID e da Classificação
Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (International
Classification of Impairments, Disabilities and Handicaps) e especificamente
através do uso de códigos do Capítulo
XXI proposto para a Décima Revisão.
6.2
Adaptações para especialidades médicas
A
Conferência foi informada sobre o desenvolvimento de adaptações
da Décima Revisão na área do programa de saúde
mental. Diretrizes de orientação clínica devem acompanhar
a versão dirigida aos clínicos que trabalham na área
da psiquiatria; critérios de pesquisa seriam propostos para uso
em investigações de problemas de saúde mental; e apresentações
multi-axiais para serem utilizadas por serviços que atendem a transtornos
da infância e para classificar problemas de adultos seriam desenvolvidas
bem com uma versão para uso dos clínicos gerais. A compilação
dos códigos da CID relevantes à Psiquiatria e à Neurologia
seriam produzidos na mesma linha das publicações anteriores
sobre o assunto.
A
Conferência tomou conhecimento também dos métodos usados
para garantir que tanto a estrutura como a função básica
da CID sejam preservadas desde o inicio no desenvolvimento da adaptação
para especialistas em odontologia e estomatologia (CID-OE) e foi informada
que uma nova revisão da CID-OE relacionada à Décima
Revisão está em estágio final de preparação.
Uma
segunda edição da Classificação Internacional
de Doenças para Oncologia (CID-O) foi apresentada, sendo uma classificação
multi-axial que contém tanto a parte topográfica como a de
morfologia das neoplasias. Os códigos de morfologia das neoplasias
da CID-O, desenvolvidos durante um longo período de tempo, foram
revisados e extensivamente testados. Os códigos de topografia da
segunda edição seriam baseados nas categorias C00-C80
da Décima revisão e sua publicação teria portanto
que esperar pela aprovação desta revisão pela Assembléia
Mundial de Saúde.
Concordou-se
que deveria haver uma adaptação para a área de medicina
geral e a Conferência foi informada sobre o desejo, de grupos atuando
nessa área de colaborar com a OMS.
Com
respeito a outras adaptações para especialidades médicas,
que parecem se tornar numerosas, considerou-se de extrema importância
a recomendação para que a OMS atue como um centro de referência.
6.3
Informações aos serviços de atenção
primária à saúde
De
acordo com as recomendações da Conferência para a Revisão
de 1975, um grupo de trabalho foi convocado pelo Escritório Regional
da OMS para o Sudeste Asiático, em Delhi, em 1976. Este grupo criou
uma lista detalhada de associação de sintomas e, a partir
desta, duas listas menores, uma para causas de morte e outra para razões
de contato com os serviços de saúde. Foram realizados estudos
de campo com este sistema em países da Região do Sudeste
Asiático e os resultados foram usados para a revisão da lista
de associação de sintomas e da sua forma de apresentação.
Esta versão revista foi publicada pela OMS em 1978 no livreto Informações
de Saúde por Pessoal Não-médico (Lay Reporting of
Health Information (5)).
A
estratégia global de Saúde para Todos no Ano 2000, iniciada
em 1978, desencadeou uma série de desafios para o desenvolvimento
dos sistemas de informações nos Países Membros. Na
Conferência Internacional sobre Estatísticas de Saúde
para o Ano 2000 (Bellagio, Itália, 1982) (6),
a integração entre as informações dadas pelo
lay reporting com outras informações geradas com finalidades
administrativas foi apontada como o principal fator de limitação
para a implementação do esquema do lay reporting. A Reunião
de Consulta sobre Classificações de Atenção
Primária (Genebra, 1985) (7)
salientou a necessidade de um caminho que poderia unificar a infraestrutura
de informações, a administração dos serviços
de saúde e os serviços de saúde da comunidade por
meio de informações baseadas numa expansão do lay
reporting adequada para o uso em comunidades.
A
Conferência foi informada sobre a experiência de países
no desenvolvimento e que aplicação das informações
de saúde baseadas em comunidade que abrangiam não só
os problemas e as necessidades de saúde como também os fatores
de risco e recursos existentes. Isto corrobora conceito de se desenvolver
métodos não convencionais na comunidade como uma maneira
de preencher as falhas de informação de cada país
e fortalecer seus sistemas de informação. Foi frisado que
tanto para países subdesenvolvidos como para os desenvolvidos, estes
métodos ou sistemas devem ser desenvolvidos localmente e que, devido
a fatores como padrão de morbidade, linguagem ou outras variações
culturais, a transferência da metodologia de uma área para
outra não é indicada.
6.4
Deficiências, Incapacidades e Desvantagens
A
Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades
e Desvantagens (“International Classification of Impairments, Disabilities
and Handicaps”, ICIDH) (8),
foi publicada pela OMS, em inglês, em 1980, para ser submetida a
teste de acordo com a recomendação da Conferência para
a Revisão de 1975 e da resolução WHA29.35 (9)
da Assembléia Mundial de Saúde de 1976. Desde esta data a
pesquisa sobre e o desenvolvimento desta classificação tem
seguido vários caminhos.
A
definição dos três elementos – Deficiências,
Incapacidades e Desvantagens (impairments, disabilities and handicaps)
– tem favorecido mudanças de atitudes em relação aos
incapacitados. A definição de deficiência, uma área
onde existem vários termos incluídos também na CID,
foi largamente aceita. A definição de incapacidades se identificou
com a de vários campos de ação como profissionais
e grupos de reabilitação, ainda que se sentisse a necessidade
de maior atenção para os códigos de associação
com o grau de gravidade, o que em geral significa um preditor de incapacidade.
Houve, também, pedidos de revisão da definição
de desvantagens com a finalidade de enfatizar os efeitos da interação
com o meio ambiente.
A
rápida evolução das idéias e práticas
relacionadas aos incapacitados levou à produção de
uma revisão da ICIDH a tempo de ser submetida à Conferência.
Foi definido que a publicação de uma nova versão não
seria adequada antes da implementação da Décima Revisão.
6.5
Procedimentos em Medicina
A
Classificação Internacional de Procedimentos em Medicina
(CIPM) (International Classification of Procediments in Medicine) (10)
foi publicada pela OMS em 1978 com finalidade de teste, de acordo com as
recomendações da Conferência para a Revisão
de 1975 e da Resolução WHA29.35 (9)
da Assembléia Mundial da Saúde de 1976. A Classificação
foi adotada por alguns países e tem sido usada como base para classificações
nacionais de procedimentos cirúrgicos em vários países.
Os
Diretores dos Centros Colaboradores da OMS para a Classificação
de Doenças reconheceram que o processo de preparar anteprojetos,
obter comentários e sugestões, redefinir, solicitar novos
comentários, é constituído por longas etapas pelas
quais, necessariamente, tem-se que passar antes de finalizar e publicar
uma classificação pela OMS, sendo que este é um processo
impróprio para o tipo de classificação de procedimentos
em medicina onde as mudanças ocorrem com maior velocidade. Os Diretores
dos Centros recomendaram, portanto, que não se faria revisão
da CIPM em conjunto com a a Décima Revisão da CID.
Em
1987 o Comitê de Peritos pediu que a OMS considerasse a possibilidade
de atualizar pelo menos o Capítulo 5 – de Procedimentos Cirúrgicos
– da CIPM para a Décima Revisão. Em resposta à essa
requisição e às necessidades expressadas por vários
países, uma tentativa de preparar uma lista de tabulação
para procedimentos foi feita pelo Secretariado.
Esta
lista foi apresentada à reunião dos Diretores de Centros
em 1989 e concordou-se que a mesma poderia servir como um modelo para as
apresentações nacionais ou para as publicações
das estatísticas de procedimentos cirúrgicos o que poderia
também facilitar a comparação entre países.
O objetivo da lista foi o de identificar procedimentos e grupos de procedimentos
e defini-los como uma base para o desenvolvimento de classificações
nacionais, melhorando, desta forma, a comparabilidade desse tipo de classificação.
A
Conferência concordou que tal lista era importante e que este trabalho
deveria continuar em desenvolvimento, ainda que nenhuma publicação
acompanhasse a implementação da Décima Revisão.
6.6
Nomenclatura Internacional de Doenças
Desde
1970 o Conselho das Organizações Internacionais de Ciências
Médicas está envolvido na preparação de uma
Nomenclatura Internacional de Doenças (NID), que serviria de complemento
à CID.
O
principal propósito da NID é o prover e recomendar um termo
único para cada doença. O critério principal para
seleção do termo abrangeria sua especificidade, sua não
ambigüidade, o caráter simples e auto descritivo do termo e,
quando possível, baseado na causa da doença. Cada enfermidade
ou síndrome para a qual um nome fosse recomendado, seria definida
de forma direta e resumida. Uma lista de sinônimos seria adicionada
a cada definição.
Na
época da Conferência, alguns volumes haviam sido publicados
como o de doenças do trato respiratório inferior, o de doenças
infecciosas (doenças virais, bacterianas, parasitárias e
micoses) e o de doenças cardíacas e vasculares. O trabalho
está se desenvolvendo de modo que os volumes de doenças do
aparelho digestivo; do aparelho genital feminino; do aparelho urinário
e trato genital masculino; de doenças endócrinas e do metabolismo;
doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos;
do sistema imunológico, do sistema osteomuscular e do sistema nervoso
estão sendo elaborados. Existem várias propostas para futuros
volumes incluindo o de doenças psiquiátricas assim como os
volumes para as doenças da pele, ouvido, nariz e garganta, olhos
e anexos.
A
Conferência reconheceu a importância de uma nomenclatura de
doenças que seja oficial, atualizada e internacional, para o desenvolvimento
da CID e melhoria da comparabilidade das informações de saúde.
A Conferência portanto
RECOMENDOU
que a OMS e o Conselho para Organizações Internacionais de
Ciências Médicas sejam encorajadas a explorar os mecanismos
de custo-beneficio para se completar e manter tal nomenclatura.
7.
Execução da Décima Revisão da CID
A
Conferência foi informada sobre a intenção da OMS de
publicar a versão detalhada de quatro caracteres da Décima
Revisão em 3 volumes: um contendo a Lista Tabular, o segundo contendo
todas as definições relacionadas à CID, bem como os
critérios, regras e instruções, e um terceiro volume
com o Índice Alfabético.
A
Conferência foi ainda informada que a versão de três
caracteres da Décima revisão seria publicada como um único
volume que incluiria na Lista Tabular todas as notas de inclusão
e de exclusão. Conteria também todas as definições,
critérios regras e instruções e um Índice Alfabético
resumido.
Os
Países Membros que pretenderem produzir versões da Décima
Revisão em suas respectivas línguas deveriam notificar a
OMS sobre suas intenções. Cópias dos projetos da CID
em versões de três e de quatro caracteres seriam colocadas
à disposição pela na OMS tanto na forma impressa como
por meio de cópia eletrônica.
Com
respeito à forma física das páginas e ao tipo a ser
utilizado, tanto para a Lista Tabular como para o Índice Alfabética,
a Conferência recebeu garantias de que as recomendações
dos Diretores de Centros e as queixas dos codificadores seriam levadas
em consideração e que todos os esforços seriam feitos
para melhorar os referidos aspectos em relação aos apresentados
na Nona Revisão.
Assim
como na Nona Revisão, foi definida a necessidade de desenvolver
um material para a orientação e treinamento de codificadores
com o auxilio dos Centros Colaboradores. Os cursos de treinamento seriam
de responsabilidade dos Escritórios Regionais da OMS e de cada país.
Estes devem ocorrer a partir do final de 1991 até dezembro de 1992
de modo a terminar antes do início do uso da Décima Revisão.
Um
material para o treinamento básico de novos usuários da CID
também deverá ser desenvolvido pela OMS porém não
serão planejados cursos antes de 1993.
Como
foi citado acima, a OMS preparou a Décima Revisão (tanto
a Lista Tabular como o índice Alfabético) em meios eletrônicos.
No futuro, com o auxilio dos Centros Colaboradores, outros programas (softwares)
estarão disponíveis. Um programa que faça a conversão
da Nona Revisão para a Décima, e o inverso, poderá
estar disponível antes da entrada em vigor da Décima Revisão.
A
medida que as atividades endossadas pelo Comitê de Peritos se desenvolvem
como o programado, a Conferência
RECOMENDOU
que a Décima Revisão da Classificação Internacional
de Doenças entre em vigor em 1º de janeiro de 1993.
8.
Futuras Revisões da CID
A
Conferência discutiu as dificuldades apresentadas durante o longo
período de uso da Nona Revisão, principalmente o fato de
novas doenças terem aparecido e a falta de um mecanismo de atualização
que as inserisse na classificação.
Discutem-se
as várias sugestões de mecanismos para superar essas dificuldades
e evitar problemas semelhantes na Décima Revisão. Ficou claro
a necessidade de trocas de informações entre países
no sentido de padronizar o uso da Décima Revisão, mas qualquer
mudança a ser introduzida durante o tempo de uso da Revisão
deve ser considerada com bastante cuidado pois pode apresentar um impacto
na análise e nas tendências. Houve discussões sobre
o tipo de reunião na qual tais mudanças seriam discutidas
e o uso potencial da letra “U”, que está vaga, como código
novo ou temporário. Concordou-se em que não seria factível
ter revisões em períodos de tempo menor que a cada 10 anos.
Baseados
nas necessidades expressas, e no fato de que seriam impróprias as
tentativas para determinar ou definir o processo exato a ser usado, a Conferência.
RECOMENDOU
que a próxima Conferência Internacional para Revisão
deva ser realizada dentro de 10 anos e que a OMS endosse o conceito de
um processo de atualização no período entre duas revisões
e considere os mecanismos para que esta atualização seja
colocada em prática.
9.
Adoção da Décima Revisão da CID
A
Conferência fez a seguinte recomendação:
Tendo
considerado as propostas preparadas pela Organização, com
base nas recomendações do Comitê de Peritos sobre a
Classificação Internacional de Doenças – Décima
Revisão,
Reconhecendo
a necessidade de algumas pequenas modificações que refletirão
detalhes apontados nos comentários dos Estados Membros durante a
Conferência,
RECOMENDOU
que os capítulos revistos que foram propostos com suas categorias
de três caracteres e as subcategorias de quatro caracteres e a Listas
Abreviadas de Tabulação para Morbidade e Mortalidade, constituam
a Décima Revisão da Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde.
Referências
1.
International Classification of Diseases, 1975 Revision, Volume 1.
Geneva, World Health Organization, 1977, pp. xiii-xxiv.
2.
Report of the Expert Committee on the International Classification of
Diseases – 10th Revision: First Meeting. Geneva, World Health Organization,
1984 (unpublished document DES/EC/ICD-10/84.34).
3.
Report of the Expert Committee on the International Classification of
Diseases – 10th Revision: Second Meeting. Geneva, World Health Organization,
1987 (unpublished document WHO/DES/EC/ICD-10/87.38).
4.
Report of the Preparatory Meeting on ICD-10. Geneva, World Health
Organization, 1983 (unpublished document DES/ICD-10/83.19).
5.
Lay reporting of health information. Geneva, World Health Organization,
1978.
6.
International Conference on Health Statistics for the Year 2000.
Budapest, Statistical Publishing House, 1984.
7.
Report of the Consultation on Primary Care Classifications. Geneva,
World Health Organization, 1985 (unpublished document DES/PHC/85.7).
8.
International Classification of Impairments, Disabilities, and Handicaps.
Geneva, World Health Organization, 1980.
9.
WHO Official Records, Nº. 233, 1976, p. 18.
10.
International Classification of Procedures in Medicine. Geneva,
World Health Organization, 1978 |