1 - Trânsito Esofágico Radiofármaco: 99mTc-Enxofre coloidal. O paciente deve realizar jejum de 4 horas. O estudo consiste na aquisição de sequência rápida de imagens na incidência anterior de tórax após a deglutição do radiofármaco misturado em líquidos ou semi-sólidos (exemplo: mingau). O processamento das imagens permitem a avaliação
qualitativa e quantitativa do esvaziamento esofágico. O método
é utilizado no diagnóstico e acompanhamento de alterações
da motilidade esofágica, as quais podem se manifestar isoladamente
ou associadas a lesões anatômicas.
2 - Pesquisa de Refluxo Gástro-Esofágico
O método tem alta sensibilidade (80%) na detecção
do refluxo gastro-esofágico, podendo ser seguida pela pesquisa de
aspiração pulmonar (imagens tardias de tórax). É
indicado para screening e acompanhamento de pacientes com suspeita ou em
tratamento de refluxo, apresentando menor exposição a radiação
que a radioscopia. O exame contrastado convencional mantem seu papel na
avaliação de alterações anatômicas dos
pacientes que já tenham o diagnóstico de refluxo.
O enxofre coloidal é deglutido misturado a alimentos sólidos ou líquidos, não sendo absorvido pela mucosa do trato gastro intestinal. A avaliação dinâmica do esvaziamento gástrico é feita de forma fisiológica, permitindo a avaliação e acompanhamento de parâmetros qualitativos e quantitativos da motilidade gástrica, alterada por exemplo após cirurgias ou neuropatias. |
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7 - Cintilografia Hépato-Biliar
Radiofármaco: 99mTc-DISIDA O paciente deve estar em jejum de 4 a 8 horas, evitando assim que a vesícula se encontre em fase de contração ou repleta. Também devem ser suspensos narcóticos e opiáceos por 6 a 12 horas.Na suspeita de atresia de vias biliares o metabolismo hepático pode ser estimulado previamente pela administração de fenobarbital por 3-5 dias (5 mg/ kg/dia). As imagens são iniciadas imediatamente após a administração endovenosa do radiofármaco, na incidência anterior de abdómen. A DISIDA é captada pelos hepatócitos e excretada nas vias biliares, de forma análoga à bilirrubina, marcando desta forma a própria bile. As imagens iniciais refletem a distribuição e função dos hepatócitos. As imagens seguintes permitem avaliar a progressão da bile radiomarcada das vias intra-hepáticas até a vesícula biliar, colédoco e duodeno. O estudo geralmente se completa em 1 hora, entretanto pode ser prolongado por até 4 horas em caso de não visualização da vesícula biliar. Aplicações clínicas Colecistite aguda: O diagnóstico cintilográfico de colecistite aguda baseia-se no não enchimento da vesícula biliar pelo radiofármaco, devido à obstrução (mecânica ou não) do ducto cístico. O método tem acurácia de 97% e é menos operador dependente que a ultrasonografia. Avaliação pós-operatória: Em uma fase inicial a obstrução aguda de vias biliares pode apresentar déficit de drenagem na ausência de dilatação. Por outro lado as vias biliares podem manter-se dilatadas após o tratamento de um processo obstrutivo. A cintilografia demonstra a lentificação ou interrupção na progressão biliar, independente da presença de dilatação, sendo um método de avaliação de obstrução biliar pós operatória sensível e não invasivo. A confirmação etiológica da obstrução, quando presente, deve ser realizada por métodos com maior resolução anatômica. Outras indicações pós operatórias incluem a detecção de remanescente de ducto cístico, pesquisa de fístulas biliares, avaliação de patência da alça aferente em anastomoses gastro intestinais. Caracterização funcional de tumores hepáticos: A captação de DISIDA por nódulo ou massa previamente detectado indica a presença de hepatócitos no mesmo, sugerindo o diagnóstico de adenoma ou hiperplasia nodular focal (ver cintilografia hepática). Atresia de vias biliares: O diagnóstico diferencial entre hepatite neonatal e atresia de vias biliares pode ser feito pela cintilografia hepatobiliar. A eliminação do radiofármaco para trato gastro-intestinal exclui a hipótese de atresia de vias biliares, entretanto a ausência de eliminação pode estar presente nas duas patologias. Esvaziamento da vesícula biliar: A resposta contrátil da vesícula biliar em casos de discinesia biliar pode ser estimada de forma qualitativa e quantitativa. As imagens são adquiridas durante a fase de repleção e após estímulo farmacológico (colecistoquinina ou análogos) ou alimentar da vesícula A comunicação da árvore biliar com estruturas
císticas (cisto de colédoco, doença de Caroli), refluxo
duodeno-gástrico e fístulas biliares (de etiologia cirúrgica
ou não) são também avaliadas pela cintilografia com
DISIDA.
A administração de 99mTc-enxofre coloidal via intraperitoneal
seguida de imagens nas incidências anterior e posterior de abdómen
e torax permite o estudo da perviedade de shunt de Leveen.
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